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Vacinar? Quem? E quem toma decisões?

Vacinar? Quem? E quem toma decisões?

Esta semana, estive a ouvir com atenção várias opiniões diferentes sobre a temática da vacinação. Achei interessante algumas que gostaria de partilhar.

Em primeiro lugar, parece-me consensual que a organização das vacinas é perfeitamente desorganizada e impensada. Não me parece que tenha havido por parte das autoridades e do governo, qualquer cuidado na formação de uma equipa de planeadores com capacidade de, realmente, definir critérios importantes. Certo é que se trata de uma situação nova, mas não desculpará tudo.

Uma das opiniões que escutei, dava conta que há um chamado grupo de “super-transmissores” que está a ser desprezado, ou seja, pessoas que ao que parece transmitem muito mais do que outras e que estão muito bem definidas em grupos etários como os dos 30 aos 39 e dos 40 aos 49 anos e mais novos. Essas pessoas, talvez por mobilidade, segundo o estudo, de facto têm um “R” muito superior, ou seja, por cada infectado, cada um transmite a dois, três, ou dez pessoas, enquanto que o “R” das pessoas mais idosas é quase zero, pelo que a questão da prioridade deste grupo, com alguma pertinência, coloca-se.
Os portugueses activos, que trabalham com o público em geral ou em empresas com muitos colaboradores, ou onde as distâncias e os locais de trabalho são mais propícios, devem ou não ser prioritários?
Questões como esta são fundamentais para dar um empurrão inteligente na vacinação que, ao que parece, não está a ser equacionada. Em vez disso, a Comissão de vacinação opta pelo politicamente correcto de “ficar bem com Deus e o diabo” e vacinar os mais idosos, nem que, por esse motivo, provavelmente sejam os mais protegidos e confinados.
Não faz sentido que ainda haja médicos e enfermeiros não vacinados, bem como bombeiros que lidam todos os dias com esta doença, mas o importante é vacinar nos Lares de Terceira Idade. Questiona-se de novo. E os idosos que estão em casa?
Os militares, desde o início que deveriam estar a liderar o processo, da distribuição, do planeamento, do transporte e das decisões. Têm o perfil correcto para tal tarefa.

Mais uma vez fez-se a “coisa” às três pancadas, politicamente e não de modo científico.

De futuro, acho que as autarquias, pelo conhecimento e proximidade, deviam ter um papel muito mais importante nesta coordenação.

Fronteiras

Uma outra polémica, prende-se, ao que parece, com o facto do governo ter mandado abrir as pequenas fronteiras, mas ter-se-á “esquecido” das que não são autarquias socialistas… certamente esquecimento, mas à mulher de César…

A Escultura

A escultura “Zmork” já está instalada na Praça principal da cidade. Segundo dizem foi aprovada por unanimidade do executivo camarário, ou seja, PSD, CDS, PS, JPP e independentes, nos finais de 2019, quando ainda não se pensava em pandemia.

Pessoalmente não gosto e também não acho que tenha sido escolhida a melhor localização dado que a Praça cerimonial ficará um pouco mais “despida” daquele belo granito corrido, liso. Também já não gostava muito daqueles caixotões floridos, mas tinham rodas e deslocam-se com facilidade. Opiniões cada um tem a sua. Goste-se ou não, foi uma decisão unanime do executivo que deve ser respeitada, no entanto esta já está a ser aproveitada politicamente e nalguns casos de forma vexatória ao presidente do executivo. É pena que não se saiba discutir de forma elevada e depois queixem-se dos extremistas…

Jornais e jornalistas

Na passada semana, o título “Atual vereador da Maia reclamou comissões a construtora por obras públicas”, publicado num jornal nacional “em Exclusivo”, como se de grande coisa se tratasse, “desvendava” nova polémica. Alguns OCS regionais, habituados a copiar o fio noticioso por falta de jornalistas, alinharam na conversa, mas após uma leitura atenta pelos jornalistas do Maiahoje, verificamos que a notícia era “requentada”, nada acrescentando ao que há muito tempo, mas em devido tempo, publicamos, sem parangonas e sensacionalismo, apenas pela informação, agradando umas vezes a uns outras a outros, mas sempre pela informação não sensacionalista e observando o código deontológico.
Na sua forma de registo, há jornais e outros ditos jornais, jornalistas e pseudojornalistas. Situações como estas envergonham a profissão e os profissionais. Pena é que o visado na notícia continue a, sem razão, denegrir os que apelida de “pasquins da Maia”, mas para os verdadeiros jornalistas, como já disse, são medalhas e sinónimo de trabalho bem feito. Os leitores continuarão a fazer-nos o favor de julgar.


Autárquicas, adiar ou não?

O adiamento das eleições autárquicas está na ordem do dia. Para mim parece-me óbvio que a pandemia não vai estar resolvida a tempo, mas oxalá esteja enganado. Por prevenção o adiamento seria uma boa solução, mas como diz o PCP, ainda é cedo para uma posição, no entanto o governo e presidente podiam traçar um plano B para as coisas estarem prontas e organizadas em caso de necessidade.

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