«Uma Maia mais justa, uma Maia para todos»
CDU apresentou Alfredo Maia e Carla Ribeiro como candidatos à Câmara e Assembleia Municipal da Maia, respetivamente.
Na manhã do passado sábado, dia 24 de abril, o Fórum da Maia foi palco para a apresentação dos cabeça de lista da CDU à Câmara e Assembleia Municipal da Maia, respectivamente Alfredo Maia e Carla Ribeiro.
Como é costume naquela organização política, estas candidaturas apesar de nominais, representam o colectivo da coligação PCP/PEV.
A candidata à Assembleia Municipal, Carla Ribeiro, é uma maiata de 41 anos, licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e exerce a profissão de professora do ensino secundário. Com currículo de sindicalista e defesa dos direitos dos trabalhadores, é membro da concelhia da Maia do centenário PCP.
Alfredo Maia de 59 anos, maiato de Águas Santas é jornalista e encabeça a lista para a Câmara Municipal. Professor e autor de vários livros, integra a redação do Jornal de Notícias, tendo sido dirigente sindicalista na qualidade de presidente do Sindicato dos Jornalistas. Actualmente além de deputado à Assembleia Municipal da Maia, é membro do conselho deontológico e membro da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas.
Maia Hoje: Qual foi a razão que o levou a aceitar candidatar-se à presidência da Câmara da Maia?
Alfredo Maia: Não há razão, ou seja, é mais uma decisão, uma avaliação que fazemos coletivamente e, portanto, é uma opção no sentido de procurar, valorizar o trabalho realizado por este coletivo e de procurar contribuir para que o executivo olhe com outros olhos, não só para a oposição e para as suas propostas, como para a sua capacidade de iniciativa.
MH: Quais as principais linhas da CDU para a Maia?
AM: Em primeiro lugar, como referi, defender uma Maia mais justa, uma Maia para todos, que promova o desenvolvimento integral do concelho, mas em todo o concelho e não apenas nas zonas privilegiadas do centro, olhando com mais atenção e com uma atenção consequente para as periferias esquecidas, onde perduram as maiores manchas de pobreza, de construção degradada, de construção abarracada, onde há inúmeras carências de habitação. Olhar para uma periferia que não é adequadamente servida de transportes públicos, inclusivamente para o centro da Maia, e até grave, com um prejuízo para a mobilidade das populações a começar pelos trabalhadores e pelos estudantes que todos os dias tem de se descolar para o centro da Maia ou para o Porto.
MH: Os seja, mais igualdade para todos…
AM: Uma Maia mais igual para todos, uma Maia inclusiva, uma Maia que promova o bem-estar de todos, que combata efetivamente a pobreza e exclusão social. Que conceda, que resolva de uma vez por todas o problema de habitação. O problema de habitação que não se põe apenas hoje, ele infelizmente vai continuar a colocar-se no passado, no presente, no futuro. Alias como temos sublinhado o protocolo celebrado entre o município e o IRU para a construção das 757 habitações está longe de resolver as reais necessidades de habitação do concelho.
É insuficiente e por isso nós propusemos e aprovamos na Assembleia Municipal uma proposta no sentido de que Assembleia Municipal acompanhe e faça a avaliação da implementação desse programa, o Programa Primeiro Direito, ao abrigo do qual vão ser construídas essas 757 habitações, mas também da própria Carta Municipal de Habitação, que é um programa de longo prazo voltado para a resolução destes problemas. A CDU considera que deve ser a Assembleia Municipal, o órgão de fiscalização a acompanhar e fiscalizar esse processo. Recordo que foi aprovada uma deliberação pela Assembleia Municipal, à qual nós nos distanciamos, que entrega a gestão da política pública de habitação à empresa Espaço Municipal, mas ao mesmo tempo, entrega-lhe também a avaliação, ora não faz sentido que o órgão que tem uma função executiva em relação a uma determinada política, se avalie a ele próprio. O que é preciso é devolver a Assembleia Municipal o controlo democrático das políticas públicas. A questão da habitação é um exemplo, mas há outros, como as questões da gestão dos resíduos da higiene urbana, entre outros. Tem que voltar ao controlo democrático por parte da assembleia.
MH: O objectivo será eleger pelo menos um deputado…
AM: Não, nos já temos dois deputados e naturalmente que esperamos eleger mais. Esperamos eleger na Assembleia Municipal; esperamos ter mais eleitos em Assembleia de Freguesia e esperamos naturalmente voltar a ocupar, pelo menos, um lugar na Câmara Municipal, tendo a consciência de que esse lugar faz falta no Executivo e faz falta não só para ter mais uma bandeira, não é isso, é pelos interesses da população, porque temos a convicção sincera de que se a CDU estiver na Câmara Municipal, muitas das propostas que nós apresentamos serão aprovadas pelo Executivo. Vou dar um exemplo muito simples: no ano passado foi aprovada por unanimidade uma proposta da CDU no sentido da identificação urgente e a elaboração de um programa para a eliminação de barreiras para as pessoas de mobilidade reduzida em todo o concelho e que esse programa fosse incluído no plano de atividade e orçamento de 2021. Pois bem isso não aconteceu, ou seja, a mesma maioria que na Assembleia Municipal esteve ao nosso lado, votou a favor e viabilizou esta proposta de enorme importância, é a mesma maioria que no Executivo simplesmente se esqueceu ou não quis aplicar aquela medida. É um exemplo da forma como a maioria PSD/CDS encara o poder local na Maia, governando a seu belo prazer, ignorando as propostas concretas da oposição e especialmente as da CDU, que foi quem mais apresentou propostas práticas. Ora se a CDU estiver na Câmara Municipal, com toda a certeza, vai bater-se e vai bater-se até o limite para que propostas concretas como esta e outras que surgirão sejam de facto levadas à prática.
A CDU lutará até ao limite das suas forças para que seja ouvida atempadamente na elaboração nos Planos de Atividade e Orçamento nas propostas fundamentais. Tivemos recentemente o problema do Regulamento do Estacionamento e o que a CDU reclamou foi ser ouvida antes da proposta ser aprovada. A própria câmara entende que os partidos que não tem representação no executivo não tenham a oportunidade de dar as suas contribuições. Aliás nós próprios, em relação a um dos documentos (proposta de regulamento da habitação social), fizemos retirar o documento da ordem do dia. Há mais de um ano foi proposta de regulamento da habitação social e a CDU reivindicou o direito de participar na elaboração daquele documento a dar as suas contribuições e conseguimos fazer retirar esse documento da ordem do dia, de forma consequente elaboramos um documento extenso, de apreciação critica, mas também de propostas concretas para melhorar o regulamento. Conseguimos nesse caso concreto, temos de conseguir em muitos mais, mas conseguiremos ainda com mais força se estivermos na Câmara Municipal, porque o Executivo municipal é o órgão que elabora as propostas para a Assembleia aprovar e portanto é indispensável para resolver o problema de habitação, dos transportes, da melhoria das condições de vida da população é indispensável que a CDU esteja lá, porque senão estiver, vai continuar o marasmo que está, com uma Maia a várias velocidades e uma Maia que não é para todos.
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