Salvar a alma em Águas Santas no séc. XVIII
A Confraria das Almas de Águas Santas insere-se no movimento religioso típico do séc. XVIII e XIX, caracterizado por um grande número de confrarias e irmandades, que acabou por perder o fulgor com a entrada no séc. XIX. Os Estatutos da Confraria das Almas de Águas Santas foram criados em 1704, sendo que a última reunião registada ocorreu a 12 de dezembro de 1842.
O livro primitivo revela o nome de “Livro dos assentos dos irmaos da confraria d’almas de Agoas santas”. Começa com uma introdução, fazendo referência às almas no Purgatório, no juízo que o defunto enfrenta, esperando a acção divina, sob a forma de indulgências e ausência de sofrimento. De seguida faz-se a dedicação ao santo protector, procurando “o alívio das penas das almas que estao no Purgatorio” e no final surgem as disposições dos estatutos da confraria.
No livro de 1800, encontram-se compilados os estatutos posteriores á reforma de 1763. Iniciam a escrita dos estatutos reformulados, com uma abreviada menção dos antigos capítulos, para melhor compreensão. Os mais antigos já se encontravam algo velhos, fáceis de romper-se e extinguir-se.
Fazem uma dedicatória ao protector das almas, S. Nicolau Tolentino, rogando a este, a salvação das almas, tentando imitar o zelo e seguir os seus passos. Na exortação aos fiéis irmãos descrevem a unidade da confraria em torno do santo, a sua devoção e fé, os sacrifícios do santo para alívio do sofrimento das almas dos irmãos, as orações, o lucro das indulgências e a compaixão do santo para com os “verdadeiros amigos”.
Esta confraria assumia como objectivo a assistência espiritual e material, tendo como santo devocional, S. Nicolau Tolentino, que estaria encarregue de salvar as almas do Purgatório. Este é também invocado pelos que sofrem injustiças ou são oprimidos na vida da sua liberdade, assim como protetor dos recém-nascidos e da infância, da “boa morte” e também contra os incêndios e epidemias.
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