O Povo não aguenta!
Há quase um mês, neste mesmo espaço de opinião, escrevia que o aumento do IUC (com requintes de “Eu quero, posso e mando”), tinha sido a “morte” política de António Costa. Volvidos dias, a revolta traduzia-se em mais de 400.000 assinaturas numa petição pública e, graças ao autismo governamental, com forte contestação nas ruas.
Já nos cuidados intensivos, o governo, sofre mais um “ataque cardíaco” quando o ministério Público aproveitou a forte contestação popular para dar o pontapé de saída para mais um caso de corrupção.
Com uma saúde há muito tempo débil, o governo de Costa não resistiu e sucumbiu. Surpresa para alguns, muitos, uma maioria que não quis ver o óbvio anunciado desde o primeiro dia por António José Seguro nas primárias do PS.
A famosa máquina de propaganda socialista, tudo lavou e branqueou, mas viu-se de tal forma apertada que até “mandou” a SIC e o Expresso (órgãos de Comunicação social onde o irmão do primeiro-ministro detêm o cargo de diretor geral de informação) ressuscitar Pedro Passos Coelho com uma alegada polémica onde ele diz, e bem, que o “Chega” é um partido democrático (ora, se assim não fosse, segundo a constituição, não podia existir, é um facto). A lavagem e branqueamento não surtiu efeito.
António Costa, desesperado, tenta salvar a face de uma governação cheia de erros e atitudes políticas (como segurar o ministro Galamba ou privatizar a TAP depois de lhe despejar 3,5 mil milhões), que lhe estão a minar a imagem, mas não há que enganar, o responsável, político, é o primeiro-ministro que se demitiu e que agora, de fininho, garante que se irá afastar da política.
O legado recente é pesado. Sócrates, Costa e agora a possibilidade de se lhe seguir Pedro Nuno Santos, o autor de pelo menos dois erros, da geringonça, da reversão e retroversão da venda da TAP (dando razão, só com 8 anos de atraso, ao “visionário” Passos Coelho). A ser eleito para líder do PS, este Pedro Nuno Santos, começa muito mal e com escola.
Entretanto José Luís Carneiro, o atual ministro da administração interna, para mim o melhor ministro deste desgoverno, um oásis dentro do aparelho socialista, cheira a ar fresco e a um PS moderado que não se revê em geringonças, mas o “aparelho” prepara-se para lhe fazer a “folha” e a mesma oposição que teve António José Seguro (outra lufada de seriedade que nos avisou sobre António Costa no debate das eleições do PS).
À espera do que sairá da nova liderança do PS está uma mais que certa maioria de direita na Assembleia da República, com o Chega próximo dos 20%. Os votantes à esquerda radical, do Livre, CDU e BE vão perceber que não precisam de fazer voto útil no PS pois, se for preciso, faz-se outra geringonça, por outro lado, se a “máquina de propaganda” insiste no voto útil com medo do “Chega”, ainda vai provocar que a extrema esquerda vote “útil” no PSD, o único partido capaz de esvaziar o “Chega”.
O “Chega” não é o lobo mau, nem nasceu sozinho. O Chega é fruto de uma reação aos devaneios da extrema esquerda que temos vindo a apaparicar, a tudo desculpar e de que o povo está farto.
O povo não aguenta com “Joacines” e assessores no parlamento literalmente de saias. O povo não aguenta as manas Mortágua a pregar a transparência. O povo não aguenta que as propriedades dos partidos (como a Quinta da Atalaia do PCP) estejam isentas de IMI. O povo não aguenta que Manuel Alegre tenha duas reformas de mais de 3000 euros, uma por ter trabalhado na RDP três meses, outra por ter sido deputado. O povo não aguenta que se crie uma geração de subsídio dependentes que se recusa a trabalhar. O povo não aguenta que os casos BES e BPN não estejam esclarecidos. O povo não aguenta com ministros de pijama na rua ou a ter estupefacientes em casa. Não é a posse que está em causa. É que quem lhe vendeu está a cometer um crime e com a compleição de um ministro que sabe que a venda é ilegal.
O povo não aguenta que desapareça a classe média, a dos professores, dos pequenos comerciantes, dos vendedores, dos trabalhadores por conta própria e de muitos outros que só conhecem o trabalho e, por via dos seus impostos, o sustento destes ditos Socialistas.
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