Eleições Presidenciais
No próximo dia 24 de janeiro decorrem as eleições para a Presidência da República, eleições estas que decorrem num clima atípico. A campanha decorrerá com o país num segundo confinamento, onde os candidatos não terão as típicas campanhas e comícios de rua, que muitas vezes serve para elucidar os indecisos.
O dia das eleições acarreta alguns medos, legítimos, da população, apesar do voto antecipado, o qual aconselho seriamente a adesão, e a criação de mais 2800 mesas de voto, quem conhece algumas mesas de voto e a forma como se procede nas mesmas, sabe que não será suficiente.
Em várias das eleições que foram realizadas no nosso país, a percentagem de abstenção teve uma percentagem elevadíssima, quase 50% da população não exerce o seu direito de voto, conquistado em 1974. Espera-se que nestas eleições os números de abstenção excedam valores nunca vistos.
E qual será a legitimidade de um Presidente da República, que foi eleito numas eleições onde menos de 50% da população não foi votar? Bem sei que a constituição em nada o impede, mas até que ponto, moralmente, os resultados representam a vontade dos portugueses?
Não, não sou das que defendo que se devia adiar as eleições, até porque tal seria inconstitucional, a nossa CRP defende-se a ela própria proibindo revisões da mesma em períodos conturbados, como no Estado de Emergência, porque a história mundial já mostrou o que essas revisões podem fazer às Democracias.
Esta abstenção apenas vai favorecer duas coisas, os discursos populistas, seja à direita seja à esquerda e que em nada contribuem para a nossa Democracia. Vi com muita atenção todos os debates televisivos dos candidatos e fez-me confusão, que nos mesmos, não se discutisse ideias para o que é a função de Presidente, vi muitos candidatos(a) a defender ideologias partidárias, como se estivéssemos numas eleições legislativas. Será que aqueles que estão a concorrer para a função de protecção da CRP, desconhece o que a mesma diz sobre as suas funções?
O meu conselho para estas eleições é ver o que os candidatos, dizem, escrevem e fazem. Se estas três coisas forem compatíveis talvez estejam a eleger bem, se não forem, o melhor será repensarem a quem darão o vosso voto.
E por fim faço o meu apelo, Reclamem, mas votem. Se não o fizerem, perderão toda a vossa autoridade moral sobre quem foi eleito e sobre as medidas que adoptaram.
Nestas eleições não fique em casa, vá votar, mas lembre-se da mascara, de levar uma caneta, de desinfectar as mãos regularmente e acima de tudo do distanciamento social.
Fora as eleições, a todos a quem seja possível, fiquem em casa e ajudem a baixar estes números. O baixar os números só depende de cada um de nós.
Comentários (1)
Boa noite, excelente este artigo de opinião, simples, lúcido e pedagógico. E sim, estás presidenciais são de “extrema importância” para o futuro do nosso país. Penso que todos os candidatos no tempo de antena que tiveram pautaram-se pela educação/ má formação, logo penso que todas as pessoas que irão votar em consciência e sábiamente.