Eleições no FC do Porto: A 15 dias do ato, candidaturas mais ativas que nunca
As candidaturas “Todos pelo Porto” de Jorge Nuno Pinto da Costa, e “Só Há um Porto” de André Villas-Boas, estiveram ontem, uma vez mais, bastante ativas, com a primeira a reunir com adeptos/sócios, no auditório da Universidade da Maia, e a segunda na casa do FC do Porto de Famalicão, na sua última visita às casas. O MaiaHoje esteve nos dois locais.
Na Maia, Jorge Nuno Pinto da Costa manteve a linha que tem sido imagem de marca, que começa com um vídeo de apresentação sobre as difíceis condições em que assumiu o clube, passando a destacar as principais benfeitorias do seu reinado de 42 anos, no que é sempre aplaudido pela plateia naturalmente afeta à continuidade. De seguida o candidato dirige-se à plateia, que preenchia pelo menos metade do auditório, para argumentar sobre o motivo da sua candidatura, perante o perigo de “ter visto na primeira fila da apresentação da principal candidatura opositora inimigos do FC do Porto que me deram a sensação de irem fazer uma OPA sobre o clube!”, o que o fez mudar de ideias e apresentar nova candidatura.
Seguiram-se criticas ao Centro de Alto Rendimento (CAR), proposto pelo antigo treinador para o Olival, “onde nem dá para construir um hotel, e metade do terreno que não dá para construir nada”, fechando o assunto a repetir que as máquinas já trabalham na “sua” Academia da Maia, e a afirmar que o antigo presidente da Câmara da Maia, Vieira de Carvalho, “onde estiver, deve estar revoltadíssimo com as atitudes de alguém que ele pôs no mundo”, numa alusão ao seu filho que tem sido opositor político ao avanço desta Academia.
Por fim anunciou que “renovamos com o jovem da formação Martim Fernandes, a pensar no futuro”, concluindo que “o que me interessa é servir o FC do Porto, compromisso que tenho desde que me conheço, e será até ao último dia de vida”, restando saber se na posição atual, ou não, mediante o resultado das eleições.
Seguiram-se perguntas da plateia, que acabaram por ser mais odes ao carisma e trabalho do atual presidente, com destaque para uma mais longa do professor José Neto sobre a figura de Pinto da Costa, que levou este, no final, a agradecer, mas ao seu jeito irónico, advertir que mais parecia um elogio fúnebre, só que ele estava bem vivo e ali mesmo.
Logo de seguida em Famalicão, era a vez de André Villas-Boas encerrar o capítulo de visitas às casas do clube, o que fez com sucesso, pois apesar do espaço generoso da casa, o mesmo foi curto para a afluência, com muitas pessoas a serem obrigadas a ficar no exterior, sem, contudo, perder visão através das montras e do som que também lá chegava.
O candidato começou por anunciar que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já forneceu informação positiva sobre a construção do “seu” Centro de Alto rendimento (CAR) no Olival, o que lhe permitirá avançar com o projeto em caso de vitória eleitoral, sem, contudo, “olhar seriamente para os contratos já estabelecidos para a construção da Academia da Maia, analisar vantagens e desvantagens e tomar a melhor opção para os interesses do FC do Porto”.
Mas não ficou por aqui nos anúncios complementados com a organização de autocarros para levar sócios da casa de Famalicão para votarem “independentemente da vossa escolha de voto, mas teremos muito gosto em ceder para votarem”, a que se seguiu a notícia de encerramento da campanha no próximo dia 24 com um evento no “Super Bock Arena, Pavilhão Rosa Mota, dia 24 de Abril, às 21 horas. Terá entrada livre, e um espetáculo final, onde estarão presentes em palco todas as pessoas vinculadas a esta candidatura. Vamos fazer esta noite especial, antes da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, um marco histórico para Portugal”, conclui o candidato André Villas-Boas.
Sobre o tema mais premente das contas do clube, referiu de novo a dificuldade que será reverter os 500 milhões de passivo, e 310 milhões de divida financeira, “sem perda de competitividade e conquista de troféus”, sendo complementado por Angelino Ferreira, candidato ao Conselho Fiscal e Disciplinar, que afirmou: “O motor do clube é a sociedade desportiva, e o futebol. É aí que está concentrado o futebol profissional e também a formação, que serão a locomotiva de todo o grupo. Quando a sociedade desportiva está em coma acaba por afetar todo o grupo, incluindo o próprio clube que tem concentradas as modalidades desportivas. O que nos trouxe até aqui foi a gestão dos últimos anos, numa trajetória que nos aportou um problema económico, e de liquidez.”
Intervieram ainda, o Candidato à MAG, António Tavares, Fernando Freire de Sousa, candidato ao Conselho Superior, e João Borges, responsável pelas Operações, que destacou “A alegria” com que as casas do clube os receberam, afirmando “que será necessária uma reestruturação das empresas do clube, que só será possível com a colaboração dos colaboradores do FC Porto, a quem queremos restaurar o orgulho em trabalhar, atualmente perdido. Não podem ter receio que qualquer decisão que tomem possa ter represálias. Com a reestruturação vamos promover o equilíbrio financeiro, eliminando os desperdícios, restaurando a credibilidade. O caminho será longo, mas estamos cá para isso”, e ainda Tiago Madureira, proposto para a área de negócios e relações internacionais, que rematou: “O ADN do FC Porto é ganhar dentro do campo e estamos a aqui para criar condições para isso.”
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