Como um ano de pandemia fez vibrar o mercado de brinquedos eróticos?
Os números são verdadeiramente impressionantes: no ano de 2020 o mercado dos sex toys valorizou-se em 33,64 mil milhões de dólares, segundo um relatório do Grand View Research citado pelo jornal Público. De acordo com o jornal português, o relatório projeta ainda uma taxa de crescimento de 8,04% neste setor de 2021 a 2028.
Um outro relatório – da Technavio, também uma empresa de marketing research – citado pela mesma publicação, confirma a ideia, antecipando que o “mercado global de brinquedos sexuais deve crescer 9,83 mil milhões de dólares americanos” entre os anos de 2020 e 2024.
Esta era uma tendência que já vinha crescimento desde 2019, mas é um fato que a pandemia da COVID-19 a acelerou.
A COVID-19 e o sexo
A relação da pandemia da COVID-19 com o sexo já está a ser estudada um pouco por todo o mundo por diversos académicos. Mas é do senso comum que, quer para solteiros, quer para quem estava em relacionamentos estáveis, 2020 foi um ano desafiante. Para uns e para outros, o sexo teve que ser reinventado em nome da saúde sexual e mental. O confinamento, o distanciamento social e as restrições incutiram novos hábitos sexuais e os sex toys foram importantes para manter a vida sexual de milhões de solteiros e casados espalhados pelo mundo.
Nesse sentido, o momento foi dos sex toys e das sex shop online. Os números das vendas correspondem a essa ideia. Em Portugal, há relatos de crescimento de 600% nas vendas de 2019 para 2020. O perfil dos consumidores também se alterou um pouco. Pedro Correia, CEO e Senior Partner da sex shop online – Vibrolandia, referia em 2019 em entrevista ao Correio da Manhã, que os “homens dos 25 aos 45 anos” eram os seus clientes mais regulares. Atualmente, há mais mulheres a comprar sex toys.
Já este ano, em entrevista à EAN, o mesmo empresário afirma que em 2020,
Os sex toys na crista da onda
Sobre o aumento da procura por sex toys em contexto de pandemia, Pedro Correia declarou à EAN que,
Na mesma entrevista, o empresário afirmou ainda que os teledildónicos e sugadores de clitóris têm sido dos sex toys mais vendidos. Os teledildónicos são a mistura perfeita entre vibradores e tecnologia, podendo ser manipulados à distância, visto que funcionam através da internet e via bluetoth. A descrição do produto ajuda a compreender o seu crescimento em tempos de pandemia e distanciamento social.
Mercado dos sex toys em mudança
O mercado dos sex toys tem-se diversificado para além do seu público mais tradicional. Exemplo disso é o crescente interesse de mulheres neste segmento. O resultado disso é o aparecimento de cada vez mais empresas e produtos pensados exclusivamente para o sexo feminino. Consequentemente, é o mercado dos sex toys como um todo que acaba por sair valorizado.
Exemplos paradigmáticos do novo papel da mulher neste mercado são os das conhecidas Cara Delevingne e Dakota Johnson. A primeira tornou-se numa investidora e co-proprietária da Lora DiCarlo. Já Dakota escolheu investir Maude, empresa ligada ao “bem-estar e saúde sexual” da qual agora é sócia. Curiosamente, Dakota Johnson protagoniza o filme “Fifty Shades of Grey”, tido como um dos “culpados” pela abertura dos sex toys ao grande público e em particular, às mulheres. Mulheres a criar produtos para mulheres é um sinal da maturidade do mercado.
É um facto que a pandemia da COVID-19 foi disruptiva em todos os setores e mercados. Abriu novos trilhos e horizontes nos negócios e acentuou tendências que já estavam a assomar a porta. O mundo das sex shops online beneficiou com estas evidências, já que tanto o canal digital foi reforçado como novos públicos foram conquistados.
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