Cobardes e lata!
O nosso primeiro-ministro, à margem de uma entrevista concedida ao Expresso, jornal onde o seu irmão é director geral, disse que os médicos envolvidos no caso do surto da covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz são cobardes.
Há aqui dois factos a levar em conta: 1º o facto da referida declaração ter sido feita “em off” privado e 2º o facto de António Costa ter mesmo proferido tais declarações.
O primeiro facto, reprovável, levou a publicação do seu irmão a emitir um pedido público de desculpas, dando como verdade o acontecimento, que alegadamente decorreu do microfone interno de uma das câmaras estar ligado, garantindo que os microfones “oficiais” terem sido desligados logo após a entrevista. Serve esta para ilibar jornalisticamente a face da publicação, mas não explica como foi possível que tal tenha “saltado” para o domínio público. O seu irmão já ordenou um inquérito interno ao sucedido, no entanto questiono se o faria para outro qualquer político.
O segundo facto, também ele reprovável, revela o pensamento de António Costa e a sua hipocrisia. Se por um lado disse o que pensa, por outro, além de não ter efectuado um pedido público de desculpas, ainda, segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, nada disse em público sobre as justificações apresentadas em privado àquela instituição. Acresce que paira agora a dúvida se o que o primeiro-ministro diz em público, de facto reflecte o seu pensamento. Se por um lado elogia os “heróis” desta pandemia, por outro, pessoalmente, chama-lhes Cobardes. Muito mau e revelador de uma faceta que muitos teimavam em desconhecer.
António Costa, desde novo é um mau perdedor, sendo-lhe conhecido a título de exemplo, um triste episódio ocorrido na Associação Académica da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde após perder as eleições, este se recusou a entregar a chave da porta à lista vencedora. Mais recentemente, apesar de todos os partidos terem até à altura entendido que quem ganha as eleições deve governar e do próprio, em 2009, ter dito no congresso socialista que quem ganha deve governar, como é conhecido, chumbou a lista de vencedora de Passos Coelho e inventou a chamada “Geringonça” de forma a ser primeiro-ministro, um anseio de vários anos.
Urge saber o que vai na cabeça de António Costa, mas também saber diferenciar a “publicidade” política daquilo que os políticos realmente pensam ou como diz o velho ditado, é preciso saber «separar o Trigo do Joio».
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