Candidatura AVB2024 apresentou revisão do Relatório e Contas da SAD do FC do Porto
Ao final desta terça-feira, André Villas-Boas, com apoio de José Pedro Pereira da Costa, proposto para o cargo de administrador financeiro da SAD, apresentou uma revisão do Relatório e Contas da SAD do FC do Porto do primeiro semestre 23/24.
A sessão começou com o candidato a líder do FC do Porto, em tom de agradecimento: “Em primeiro lugar queria parabenizar a equipa pela grande prestação contra o Benfica que nos permite continuar a sonhar com esse título que todos ambicionamos, e bastante importante para o futuro do FC do Porto. Portanto parabéns à equipa, à equipa técnica, aos jogadores, a toda a direção, e a todas as pessoas envolvidas no clube por essa grande vitória”.
De seguida passou a calendarizar a campanha anunciando que em março irá continuar a visitar Casas do FC do Porto, e em Abril apresentará os nomes relacionados com a candidatura, “principalmente os que estão relacionados com a administração executiva, a direção desportiva e também a fundação FC do Porto, projeto que muito nos orgulha”, passando a palavra ao candidato a CFO.
Apoiado por apresentação em écran digital, José Pedro Pereira da Costa, começou por apresentar o sumário dos objetivos da sessão: Analisar as contas do Primeiro Semestre do exercício 2023/2024; Apresentar os caminhos propostos para a Viabilidade Financeira; e, Apresentar considerações e preocupações sobre negócios estruturais em fase de conclusão.
Sobre as contas, começou por destacar que os receitas costumam ser melhores nos primeiros semestres devido às receitas de acesso e participações nas provas europeias, pelo que sendo os custos iguais em ambos semestres, os resultados operacionais são positivos nos primeiros, mas negativos nos segundos, fazendo que os números dos exercícios completos fiquem próximo do zero, e muito dependentes de transações de jogadores.
Com uma divida financeira de 300 Milhões, e encargos entre os 20 e 25 Milhões, podemos dizer que se tivermos um segundo semestre mais ou menos como o da temporada passada “estaremos a caminhar para um resultado líquido próximo do zero ou até ligeiramente negativo”
Sobre a melhoria dos capitais próprios fruto da operação de melhoria da avaliação do Estádio do Dragão em 132 milhões de euros, considerou “Infelizmente para a UEFA esta operação de reavaliação não vai contar, porque nas suas regras de Fair Play financeiro, determina que operações de reavaliação não relevam para a melhoria de capitais próprios, segundo o artigo 88 dessas regras, pelo que gostávamos de saber o que está pensado para que possamos cumprir as regras, neste prazo adicional que dura até 31 de março”, questionou, e continuou dizendo tratar-se de “uma operação meramente contabilística, pelo que o passivo vai ficar exatamente igual ao que era antes, e estamos a embelezar os resultados de hoje para piorar os resultados no futuro”.
Sobre os caminhos para a viabilidade, assenta em três pilares, o primeiro dos quais a Gestão Rigorosa, que pretende mudar o modelo operacional, renegociar contratos com fornecedores, controlo de custos, otimização de ativos, transformação digital, e redução drástica em custos administrativos, enquanto o segundo pilar assenta na Potenciação das receitas operacionais junto de Sponsors, direitos televisivos, expansão internacional da marca, participação nas competições internacionais, maximização da bilhética e hospitality, e ainda nas parcerias estratégicas. Por fim o terceiro pilar será a Geração de Resultados por Valorização de Ativos que pretende melhorar um reforço da aposta na formação, o planeamento a curto, médio e longo prazo, novas competências de scouting, e a redução de custos associados à compra e venda de passes de jogadores.
De seguida comparou diversos resultados com os principais rivais que, pelos números apresentados, conseguem melhores resultados, quer em custos quer em receitas, o mais relevante dos quais nos resultados dos passes após custos e amortizações nos últimos 6,5 anos, com o FC do Porto a efetuar um volume total de 494,4 milhões de euros dos quais “sobraram” 52,4 milhões, ou seja 11%, enquanto os rivais com valores de vendas ligeiramente superiores lograram alcançar percentagens de 36% e 46%.
Com as medidas que esta candidatura pretende pôr em prática “perspetivamos um resultado operacional de 40 a 60 milhões de euros, metade via receitas, metade, via custos, e com estes 40 a 60 milhões reduzirmos aquilo que é a dependência das receitas decorrentes de provas da UEFA. Nos últimos 6,5 anos, se tivéssemos tido uma performance comparável com os nossos rivais teríamos gerado cerca de 150 milhões de resultados, isto é, pagaríamos mais ou menos metade da nossa dívida financeira”, afirmou.
De seguida enunciou os caminhos para a viabilidade financeira que assentam em quatro pilares: resultados operacionais equilibrados e positivos; geração de resultados por valorização de ativos; redução progressiva da dívida financeira e dos respetivos encargos; e, cumprimento rigoroso das regras UEFA e FPF.
Terminou a manifestar algumas preocupações sobre as operações estruturais em gestão corrente e em final de mandato, como a parceria na área comercial, e a operação de antecipação de receitas de direitos TV.
No período de questões da imprensa, começou por ser questionado sobre a grande dependência das receitas da Liga dos Campeões, em risco de não ser alcançada, na próxima época, ao que respondeu, “Não há soluções milagrosas, e nessa eventualidade teríamos de nos endividar mais para passar esta fase menos boa, ou em alternativa vender um ou dois passes bem vendidos”.
Questionado André Villas-Boas sobre as questões da Academia e respetivos terrenos, relevo para a garantia de que a possibilidade de construção do centro de alto rendimento para as equipas profissionais no Olival se mantém, muito próximo do atual espaço que ficaria para a formação, e em breve conta apresentar o projeto que passa pela construção de cinco campos de futebol, um deles com bancada, mais hotel de estágios, e pavilhão para as modalidades profissionais, num terreno de 30.000m2, com execução prevista em 2 anos, através da ajuda de financiamento a lançar a concurso, “estamos muito confiantes que esta é a melhor solução”, rematou.
Não obstante, e sobre a alternativa de construção desta infraestrutura na Maia, garantiu respeitar todos os contratos assinados pela atual direção caso essa hipótese seja viável, embora à luz das últimas noticias sobre o parecer negativo da CCRN, devido ao interesse arqueológico do local em questão, afirmou que esta hipótese poderá não passar de uma “… utopia, e de um outro cenário onde um chorrilho de mentiras estão envolvidos e estará tudo por esclarecer”, infelizmente, acrescentamos nós, pois seria, social, desportiva e economicamente muito importante para o concelho da Maia.
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