André Villas-Boas anuncia candidatura à presidência, afirmando: “FC do Porto precisa de mudança”
Foi ontem, dia 17, na Alfândega do Porto, com apresentação do ator Pedro Teixeira, conhecido adepto portista da zona sul, perante cerca de 800 convidados que André Villas Boas, anunciou oficialmente a sua candidatura à presidência do FC Porto, em eleições marcadas para abril. O antigo treinador do FC do Porto, do Chelsea, Tottenham, Zenit e Marselha, entre outros, fez o anúncio num discurso, por vezes emocionado, onde manifestou o seu amor pelo clube e a vontade de o levar ao sucesso.
Com uma conhecida ligação ao clube do seu coração, onde em 2011 ocupou a célebre “cadeira de sonho”, ganhando tudo a nível interno e ainda a Liga Europa, em Dublin, enfatizou o seu compromisso com os valores do clube, e a sua visão para o futuro. Apontou foco no desenvolvimento dos jovens e no investimento nas infraestruturas do clube, nomeadamente o centro desportivo e de alto rendimento que pretende manter em Gaia, em detrimento da solução apontada pela atual direção que pretende rumar à Maia em local definido, mas que segundo o candidato, carece “da aquisição de alguns terrenos em hasta pública”. Ora, “se essas aquisições não se concretizarem inviabilizam o projeto”, e como tal, diz ter em Gaia, a 1000 metros do atual centro de treinos, um terreno com capacidade para o efeito, numa opção que certamente fará correr muita tinta, até porque põe dois municipios numa disputa, em que só um sairá vencedor.
Sem ostracizar Pinto da Costa, começou por dizer que “Este é o momento. Ninguém está aqui para trair ninguém ou para denegrir ninguém. O presidente é peça fundamental da sua história, é o presidente dos presidentes e assim será recordado para sempre”, mas não deixou de apontar críticas, ao garantir que “No que respeita à remuneração fixa da administração, cortaremos em mais de 50% os cargos atuais.”, e, “É essencial implementar medidas de gestão para restaurar equilíbrio financeiro do clube. Para isso, é preciso uma análise detalhada para compreender o atual descalabro financeiro.”, bem como, “Não estamos aqui para vender o clube, mas sim para cimentar o associativismo do FC Porto.”, terminando a apelar ao voto: “Em abril é fundamental que todos os sócios se desloquem a votar, sem medo de represálias, com coragem e determinação.”
Villas-Boas identificou uma série de iniciativas que planeia implementar, como a expansão da academia de juniores do clube e o aumento do investimento em olheiros e no desenvolvimento de jogadores. Destacou a importância de trabalhar em estreita colaboração com os adeptos do clube, e com a comunidade em geral para criar um forte sentimento de unidade e identidade, e prometeu a criação de uma equipa de futebol feminino, e outra de futsal, começando pelos escalões mais baixos, e só mais tarde competir com equipas sénior.
Se for eleito terá pela frente o desafio de levar o clube de volta ao topo do futebol português, europeu e até mundial, agora que tem garantida presença no novo Mundial de Clubes a realizar em 2025. Recebeu o apoio de várias personalidades do futebol português, incluindo ex-jogadores do clube, como os Sousa, pai e filho, Jorge Costa, Helton, Maniche, Nuno Valente, entre outros, e ainda membros da comunidade portuense, com destaque para Angelino Ferreira ex-administrador financeiro da SAD portista, Joaquim Oliveira da Olivedesportos, e a D. Cecília Pedroto, viúva do “Zé do Boné”, antiga glória do clube como jogador e treinador.
Angelino Ferreira D. Cecília Pedroto Joaquim Oliveira
Agradeceu o apoio e prometeu trabalhar com dedicação e profissionalismo para levar o clube de volta ao topo do futebol português. A eleição de presidente do FC Porto promete ser uma disputa intensa, com outro candidato já anunciado, Nuno Lobo um repetente de 2020, e pelo menos mais um a ser esperado em tempo oportuno, Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do clube desde 1982.
Com os últimos anos de instabilidade financeira, porque desportivamente até foi atingida a maioria dos objetivos, o resultado da eleição será crucial para o futuro do clube, e está já a mexer, como nunca nas últimas quatro décadas, com a massa adepta e associativa.
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