AEP organiza conferência sobre o uso sustentável do oceano
A Associação Empresarial de Portugal recebeu, no dia sete de dezembro, a “International Conference by Azores Ecoblue”, que explorou os conceitos do ecodesign e da economia circular e azul para desenvolver produtos inovadores, acrescentando valor através da utilização de lixo marinho como matéria prima.
Os principais objetivos do projeto traduzem-se no desenvolvimento de novos fios e fibras a partir dos resíduos do mar e a sua transformação em tecidos para têxteis- lar e mantas de isolamento térmico para uso na construção civil.
Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP começa por explicar que este projeto «promove a economia circular e contribui para a sustentabilidade e vai buscar o recurso que Portugal tem aproveitado muito mal, que é o mar». Neste caso «vamos buscar aquilo que prejudica o mar (lixos, resíduos) para os transformar e serem reutilizados na indústria têxtil» refere Luís Miguel Ribeiro acrescentando que «este projeto deverá ser uma bandeira, como um exemplo daquilo que o país e o mundo podem fazer, que é através daquilo que é um problema, transforma-lo numa grande oportunidade».
Manuel Humberto João, secretário regional do Mar e das Pescas também esteve presente neste evento, onde falou sobre a várias iniciativas desenvolvidas, não só pelo governo local, mas também pelas «organizações não governamentais que têm feito um trabalho meritório, chegando à conclusão da proveniência do lixo marinho». Quanto ao apoio do governo português, Manuel Humberto João considera que «temos tido uma colaboração muito estreita com a secretaria do Estado das pescas (…) e todos os assuntos relacionados com as pescas têm tido sempre um bom acolhimento».
Um dos resíduos mais perigosos para a poluição dos mares é o plástico, cada vez mais visto nos Açores. Segundo Christopher K. Pham, investigador auxiliar da Universidade dos Açores, «apesar de estarmos remotos no oceano atlântico, estamos diretamente a levar com uma quantidade enorme de plásticos que se acumulam, ao longo dos anos» e acrescenta que «nos Açores estamos a ver cada vez mais plástico nas nossas praias, mas também estamos a encontrar em muitos organismos marinhos». Para tentar resolver esta problemática, os investigadores alertam para um «fenómeno que não é passageiro, mas sim um problema crónico». No entanto, o especialista refere que «estou a ver uma maior consciencialização e esforços do público em geral, mas ainda estamos muito longe de resolver o problema».
Estiveram ainda presentes Nieta da Ponte Rocha, promotora do evento; Paulo Mendonça e Miguel Carvalho, da Universidade do Minho; Alberto Estévez, da Universidade Internacional da Catalunha; Geoffrey Mitchell do IP de Leiria; Mónica Faria em representação da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e Carol Monticelli, do Politécnico do Milano e diversos alunos, que de algum modo, estão ligados ao estudo desta matéria .
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