Relatório 2022 sobre escassez e excedentes de mão-de-obra, da European Labour Authority
Apresentado em Bruxelas a 29 de Março.
Falta de mão-de-obra na Europa, Novo mercado de trabalho, Medidas para fazer face à escassez de mão-de-obra e Lições para a política futura – estão no centro do Relatório.
Numa organização conjunta do Eurofound, ELA – European Labour Authority e da EURES, Rede Europeia para a Empregabilidade, realizou-se em Bruxelas no dia 29 de março um dia de conferência que reuniu os responsáveis máximos dos referidos organismos europeus, experts em mercado, condições e políticas de trabalho e representantes dos diversos ecossistemas industriais europeus.
A convite da European Labour Authority e como entidade parceira da Rede EURES, a AEP participou neste iniciativa, através da sua Diretora de Inovação, Céu Filipe, que em representação dos EURES Cross Border Consórciums de Portugal e Espanha, fez uma breve caracterização do que é a realidade do mercado de trabalho e emprego na Eurorregião, partilhou os principais desafios que as empresas enfrentam, e o que tem sido feito para mitigar esta realidade.
O principal objetivo do evento foi a apresentação do Relatório 2022 da ELA “Relatório EURES sobre escassez de mão-de-obra e excedentes» e do “Relatório sobre o combate à escassez de mão-de-obra nos Estados-Membros da UE» do Eurofound.
Com base nos dois relatórios abordaram-se as temáticas relativas, “Onde estão as carências de mercado, onde estão os trabalhadores?” Simultaneamente, os fatores de escassez de mão-de-obra na Europa e como enfrentá-los constituiu também um dos temas mais sensíveis e que esteve no centro da reflexão dos vários painéis de debate da conferência, constituindo também o cerne dos referidos relatórios.
De salientar que estes relatórios fornecem pormenores sobre escassez e excedentes de mão-de-obra, tais como a sua extensão e gravidade na UE27 mais a Noruega e a Suíça, contendo também informações sobre os factores de escassez e excedentes, tais como as novas tecnologias, a transição para uma economia neutra para o clima, o envelhecimento da mão-de-obra e as condições de trabalho e emprego, contribuíram significativamente para a evolução da relação entre procura e oferta de mão-de-obra na Europa.
O relatório de 2022 vai além das edições anteriores, ao incluir um enfoque mais profundo no impacto dos desequilíbrios laborais na Europa sobre os grupos vulneráveis, bem como a exploração mais em detalhe os fatores que dão origem a esses desequilíbrios laborais na Europa.
Uma das conclusões mais marcantes do relatório é a magnitude do atual desequilíbrio entre a procura e a oferta de mão-de-obra na Europa.
Quase 400 ocupações diferentes foram classificadas por, pelo menos um país, como uma escassez, enquanto 321 ocupações diferentes foram identificadas, por pelo menos um país, como um excedente. Existem 38 ocupações específicas que são classificadas no relatório como carências generalizadas. As 38 profissões de carência foram dominadas por três grupos de profissões; profissões artesanais; profissões de saúde, e profissões relacionadas com software. Há 37 ocupações específicas que são classificadas no relatório como ocupações excedentárias generalizadas.
Conclui-se também no relatório que este desequilíbrio na procura e oferta de mão-de-obra existe tanto a nível nacional como a nível regional, e é devido a uma multiplicidade de fatores e está presente em todos os níveis de ensino.
A situação geral vai no sentido de a maioria das pessoas empregadas em ocupações excedentárias terem um nível médio de educação, enquanto os empregados em ocupações em escassez tendem a ter um nível de qualificações mais elevado e de natureza mais técnica.
Verifica-se a existência de um grau considerável de mobilidade laboral entre países europeus, motivado essencialmente pela procura de emprego melhor remunerado e com melhores condições de trabalho.
O relatório concluiu que a falta das competências exigidas pelos empregadores no mercado de trabalho local é um fator determinante para o nível de escassez de mão-de-obra e excedentes na Europa, consequentemente, qualquer estratégia concebida para resolver estes desequilíbrios tem que incluir uma nova estratégia ao nível do sistema de educação e formação.
O relatório pode ser consultado aqui: EURES-Labour Shortages report (europa.eu)
Céu Filipe
Inovação AEP
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