Maiambiente comemora 20 Anos
No passado dia 4 de setembro, na Quinta da Gruta, foi celebrado o 20º aniversário da Maiambiente. A cerimónia contou com a presença de individualidades como Silva Tiago, Presidente da Câmara Municipal da Maia; Paulo Ramalho, Presidente do Conselho de Administração da Maiambiente, Carlos Mendes, na qualidade de Diretor-Geral da Maiambiente; Marta Peneda, administradora da Lipor e Fernando Leite, CEO da Lipor .
O Presidente da Câmara da Maia, Silva Tiago, começou por referir que «este projeto foi pensado com Vieira de Carvalho, o então presidente da Câmara da Maia, e com o atual diretor geral da Maiambiente, Carlos Mendes. «Pensamos em construir e constituir esta empresa municipal. 20 anos depois tenho um conjunto de colaboradores de excelência, que fazem dela a melhor empresa do género no País. O que desejo para o futuro é que esta empresa continue a ser aquilo que é hoje, que se fortaleça, se consolide e continue a atingir os níveis de excelência que hoje possui. É o grande objetivo da câmara da maia, do município da maia, ter uma empresa com esta qualidade e estes resultados».
Na cerimónia, transmitida online, Paulo Ramalho, sublinhou que a Maiambiente é uma empresa detida a 100% pelo município da Maia, e que tem a dupla missão de limpeza publico-urbana e da recolha e gestão dos resíduos sólidos. Anualmente são limpos 25 mil quilómetros de arruamentos, lavados pavimentos, grafitis, desmontadas publicidades não licenciadas, entre outras ações necessárias à manutenção e limpeza do nosso concelho. Refere que são recolhidas cerca de 65 mil toneladas de resíduos por ano, com serviços de porta a porta, com um fornecimento gratuito de contentores, e percorridos cerca de 430 mil quilómetros, com viaturas próprias de recolha de resíduos. A Maiambiente está integrada no sistema da Lipor, juntamente com outros municípios do Porto, sendo que a Maia é conhecidamente a maior referência nacional na recolha e separação de resíduos. Em 2020, a Maiambiente recolheu um total de 65 430 toneladas de resíduos, sendo 22 430 toneladas de resíduos potencialmente recicláveis, e 43 mil toneladas de resíduos indiferenciados. Cerca de 34% do total dos resíduos recolhidos pela Maiambiente em 2020, foram resíduos recicláveis. Em termos per capita, a Maiambiente recolhia em 2005, apenas 65 quilos de resíduos recicláveis e em 2020, a fasquia subia para 170%, ou seja, 179 kilos de resíduos recicláveis por habitante.
O mesmo responsável refere que em 2018 recolheram 67,20 kilos por habitante, em 2019, 72,83 kilos e em 2020, 81 kilos por habitante. A Maiambiente é reconhecida como uma das maiores referências nacionais do setor, e recentemente, foi distinguida no prémio nacional de sustentabilidade, com a menção honrosa, precisamente na categoria da economia circular, com o projeto ecoponto em casa.
Novos projetos
Dois grandes desafios, o primeiro o alargamento da recolha dos biorresíduos para todo o território da Maia, até 2023. Segundo, desligamento do pagamento da tarifa do consumo de água, através do nosso projeto “Recicle Mais, Pague Menos”, que já funciona desde o passado mês de maio para cerca de 3500 famílias no nosso concelho, e que até ao final de 2022, abrangerá todas as habitações unifamiliares, e a partir de 2023 os edifícios de habitação coletiva.
«Os nossos clientes pagarão apenas pelos resíduos indiferenciados que produzirem, dando-se assim cumprimento ao princípio “poluidor/pagador”. A Maiambiente quer ser um ator principal na agenda 20-30 e dos objectivos da sustentabilidade, na diminuição da pegada ecológica e promoção da economia circular» refere ainda Paulo Ramalho. O presidente do conselho de administração explica que quer que esta empresa seja um exemplo de responsabilidade social, e enumera «Fizemos um protocolo em 2018 com uma escola superior de arte e design, envolvemos alunos e professores dessa escola e decoramos viaturas; também reutilizamos mobiliário usado em obras de arte; fizemos em Milheirós uma Horta comunitária; recolhemos também vestuário e calçado, e do valor desse material distribuímos por instituições do concelho, entre outras ações».
Carlos Mendes, diretor geral da Maiambiente, refere por sua vez que a empresa acolhe presentemente cerca de 150 trabalhadores. «Temos cerca de um trabalhador para cerca de 1000 habitantes, um rácio difícil de ver noutros municípios. Recolha seletiva porta a porta que cobre toda a área do Concelho. Não há munícipe, em quatro frações, que não tenha a recolha seletiva porta a porta. É um exemplo único no pais e é exemplar a nível dos melhores países da europa.» e acrescenta que «fazemos uma gestão de 130 mil contentores, que resulta anualmente em cerca de 5 milhões de contentores recolhidos, que é um número quase assustador, mas que é a nossa realidade. Hoje cobrimos 30 fluxos diferentes de materiais, algo que não existe em mais nenhum município do pais».
Marta Peneda, administradora da Lipor, sente um orgulho enorme e um privilégio por assistir à parceria que tem vindo a ser exercida pela Câmara Municipal da Maia, a LIPOR e a Maiambiente. « O sucesso desta parceira é só um, de facto todos nós partilhamos do mesmo ciclo, caminhamos pelo aquilo que eu considero um trilho rumo à sustentabilidade integral, tudo numa lógica de economia circular. Estamos a celebrar os 20 anos de uma empresa que mais material envia para reciclar na LIPOR, e isso faz com que este seja município, associado à LIPOR, que mais contribui para que o município esteja no ranking líder, no que diz respeito à recolha seletiva de resíduos».
Por sua vez, Fernando Leite, Ceo da Lipor quis transmitir que «A Maiambiente cumpriu largamente os objetivos para os quais foi criada. A empresa está muito bem estruturada para poder desenvolver e alcançar os seus objetivos. Eu acredito que, já no próximo ano, a meta que Carlos Mendes diz que não seria atingível, dos 100 quilos, seja possível». Essa é a média de cidades como Berlim, Paris e outras cidades europeias. «Temos notado que ao longo deste tempo, a comunidade Maiata está connosco, ela sabe muito bem que a gestão de resíduos, que nós temos implementado, é aquela que se justificava hà uma série de anos, que hoje se justifica e que para a qual estamos a trabalhar, mas que muitos dos municípios só lá vai chegar daqui a uns anos» e adita « O nosso sistema tem uma outra particularidade, o nosso êxito é que , os nossos contentores não são cegos, nós sabemos tudo o que acontece com os nossos contentores e esse trabalho é único no pais. Podemos dizer que um sistema, próximo do nosso, está a ser implementado em Lisboa, mas é um sistema cego, ninguém sabe de quem é aquele contentor. Nós, através do sistema que temos implementado, estou em crer que esse esforço e trabalho que os nossos colegas estão a ter, vai ser de sucesso. Tem que ser muito bem trabalhado no backoffice. Fomos também o primeiro município com veículos movidos a Gás».
Silva Tiago, a terminar esta comemoração, quis comparar a Quinta da Gruta, complexo de educação ambiental onde fizeram esta apresentação, a uma espécie de Palácio da Ajuda, em Lisboa, «porque eu gosto sempre de me comparar a coisas melhores do que nós. O Palácio da Ajuda da educação ambiental. Quem trabalha aqui, trabalha no paraíso, as pessoas que trabalham aqui, têm uma qualidade de trabalho e de vida melhor do que os outros todos.
O presidente não quis deixar de referir o seu papel «importantíssimo a convencer Vieira de Carvalho a ter aqui na Maia a Lipor II. A Lipor deu este salto e hoje é uma referência mundial, e a Maiambiente acompanhou isso, faz muito alinhamento com a LIPOR. A Lipor sabe que pode contar com a Maiambiente, pode contar com o seu corpo técnico, com o corpo operário, nós não a deixamos mal. A LIPOR pode sempre contar com a Maiambiente e com o Município da Maia, que é um dos cinco Municípios fundadores da LIPOR».
Leia esta e outras notícias na edição papel nº 523.
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