As Eleições Presidenciais
No dia 24 de Janeiro realizam-se as eleições presidenciais marcadas pela pandemia, por uma omnipresença inusitada de Marcelo no espaço público, por uma agenda ideológica do directório dos media e pela indiferença de parte do eleitorado fomentada pela comunicação social e pelas sondagens, algumas duvidosas.
Há uma projecção desproporcionada e intencional do candidato da extrema-direita comparativamente com os candidatos da esquerda Marisa Matias, João Ferreira e Ana Gomes que beneficia o concorrente conservador.
É, fundamental isolar o candidato antidemocrático, com discurso lamacento e populista. Há que assegurar um debate de ideias em defesa do tecido constitucional que garanta uma Presidência que não hesite na defesa do SNS (crucial contra o COVID19), dos direitos sociais e laborais de acordo com o que está plasmado na nossa lei suprema.
Considero a candidatura de João Ferreira uma aposta inteligente do PCP, coloca centralidade nos poderes constitucionais e deveres do Presidente e trouxe profundidade ao debate.
Por seu lado, Ana Gomes tem um percurso politico de comprovada relevância, ocupa um importante espaço democrático o que contribui para o enriquecimento da campanha e para que as presidenciais não sejam uma passadeira fácil para Marcelo.
A exigência do cumprimento dos princípios fundamentais da CRP, da defesa dos direitos humanos, sociais, ambientais, laborais, da soberania nacional deve estar presente na campanha eleitoral e devem ser claras as posições de cada candidato sobre estas matérias.
Quem se coloca contra o sistema constitucional e o que está subjacente a liberdade e a democracia deve merecer a repulsa do eleitorado e os candidatos à esquerda não devem dar tréguas nem se deixarem tolher pela ressonância populista.
Votarei Marisa Matias e desejo que todos votem em consciência, no dia 24 de Janeiro, contra o obscurantismo e o retrocesso em defesa dos valores de Abril plasmados na CRP.
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